quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PROJETO INTERDISCIPLINAR – DIDÁTICA I




















Grupo:

Ana Cristina Oliviera Lemos

Karina Cançado Valério

Katiana Souza Reis

Maria Fernanda Teixeira Herig




Qual a relevância da formação política para a prática pedagógica docente tendo em vista a configuração de ações no cotidiano da escola, pautadas no ideário da sustentabilidade?


Sustentabilidade é um conceito que possui uma abrangência em diversas dimensões , mas em breves palavras , podemos defini-la como a capacidade de conseguir prover as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras em garantir o que é preciso para viver.

Educar para sustentabilidade é buscar essa liberdade reflexiva diante dos problemas ambientais, fomentar atitudes pro- ativas, se desvencilhando de um postura de “adestramento ambiental”. É não fazer do ato de educar um ato de depositar, Segundo Paulo Freire, eis aí a concepção “ bancária” da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educando é receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los. Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido: ‘Um tipo de educação que "treina" as pessoas para ser consumidoras úteis, egocêntricas, para ignorar as conseqüências de certos atos perversos”.

O livro trata de questões que não são meramente técnicas para alfabetizar adultos, propõe uma verdadeira revolução no modo como se tratavam os alfabetizandos: quer ensiná-los a pensar criticamente a realidade, mostrar-lhes o que é liberdade, e como conscientizar-se.

A educação exerce papel fundamental no processo de libertação, pois é apresentada a concepção “bancária” como instrumento de opressão. Nesta visão o aluno é visto como sujeito que nada sabe, a educação é uma doação dos que julgam e acham ter conhecimento. O professor, nesse processo, “deposita” o conteúdo na mente dos alunos, que a recebem como forma de armazenamento, o que constitui o que é chamado de alienação da ignorância, pois não há criatividade, nem tampouco transformação e saber, isto porque o professor é o detentor da palavra, criando no aluno a condição de sujeito passivo que não participa do processo educativo.

“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, em especial na concepção bancária, que na sua essência torna possível a continuação da condição opressora. O superação é trabalhar a educação como prática de liberdade, ao contrário da forma “bancária” que é prática de dominação e produz o falso saber, aquele incompleto ou sem senso crítico. O aprendiz precisa ser capaz de recriar aquilo que foi aprendido. O ensino "bancário", onde os conhecimentos são "depositados", passados ao aluno, deforma a necessaria criatividade, tanto ao educando como ao educador.

Assim é apontada a educação problematizadora, onde a realidade é inserida no contexto educativo, sendo muito valorizado o diálogo, a reflexão e a criatividade, de modo a construir a libertação. O diálogo aparece no cenário como o grande incentivador da educação mais humana.

O educador antes “dono” da palavra passa a ouvir, pois “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”. Isto é o que foi chamado de mediatização pelo mundo, espaço para a construção da profunda compreensão e reflexão do mundo e dos homens.

O diálogo começa na busca do conteúdo programático. Para o educador-educando, dialógico, problematizador o conteúdo não é uma doação ou uma imposição, mas a devolução organizada, sistematizada e acrescentada no cidadão. É proposto que o conteúdo programático seja construído a partir de temas geradores, uma metodologia pautada no universo do educando que requer a investigação, “o pensar dos homens referido à realidade, seu atuar, sua práxis”, enfatizando-se o trabalho em equipe de forma interdisciplinar. Para a alfabetização de adultos é feito através de palavras geradoras, já que o objetivo é o letramento, mas de forma crítica e conscientizadora.

É necessário unir para libertar, conscientizando as pessoas da ideologia opressora, motivando-as a transformar as realidades a partir da união, conscientização e da organização, instaurando o aprendizado sobre o mundo, onde o cidadão diz suas palavras e se coloca como sujeito subjetivo. A organização não pode ser autoritária, deve ser aprendida por se tratar de um momento pedagógico em que a liderança e o cidadão fazem juntos o aprendizado, buscando instaurar a transformação da realidade que os mediatiza. A aprendizagem só tem sentido se gerar uma mudança. Esta, por sua vez ,tem que ocorrer tanto com o aluno quanto com o professor. Essa "ampliação dos horizontes" do docente é essencial para que ele seja instrumento facilitador do aluno e o estimule a buscar respostas para as suas questões visando o seu crescimento e o seu olhar critico para com o ambiente no qual está inserido.

Exercitar o cérebro é necessário e isso não ocorre com o mero acúmulo de informações, mas com o exercitar dos pensamentos pela criatividade, deduções, etc.. Howard Gardner, em seu livro Inteligências Múltiplas escreve: "a cultura circundante desempenha um papel predominante na determinação do grau em que o potencial intelectual de um indivíduo é realizado." Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o de reflexão sobre a prática de hoje e de ontem que se pode melhorar a próxima prática.

Em suma, o trabalho de Paulo Freire é mais do que um método que alfabetiza, é uma ampla e profunda compreensão da educação que tem como cerne de suas preocupações a sua natureza política. Podemos destacar a radicalidade do pensamento que surge de uma prática pedagógica comprometida com os interesses populares, orientando educadores e educando-os num processo permanente de conscientização da ação política.

As idéias apresentavam a importância de todo processo educativo como um processo político e, consequentemente, uma prática que não é neutra, a importância do diálogo como essência do processo educativo, o sentido educativo que existe para todos aqueles envolvidos em uma prática pedagógica, sejam educadores ou educandos. Este papel político de educador, no entanto não deveria se dar por sobre as posições dos educandos. Acreditando no permanente aprendizado do educador que se realizaria através do educativo, mas acrescentou que este ato não podia ser dissociado de uma prática, elemento essencial no processo de conscientização. O conhecimento prévio do local onde se desenvolverá o trabalho é fundamental pois a partir dessa etapa inicial o professor planejará suas aulas contextualizando-as de forma a buscar o aprendizado.

Conhecida como Pedagogia de Paulo Freire, a tendência libertadora nasce em oposição aos métodos da época que não eram capazes ou não se preocupavam prioritariamente em formar cidadãos. Para Paulo Freire, cidadão é o indivíduo capaz de, na relação com a realidade, atuar num sentido de transformação social.

Nós Professores, somos para muitos alunos os únicos responsáveis pela sua formação de cidadão por isso é urgente e necessário que busquemos proporcionar a este individuo ferramentas necessárias para que este se analise e analise o seu ambiente de forma critica para assim, corresponder as perspectivas do grupo. Respeitar ,estimular e agregar valor ao conhecimento que o individuo traz consigo para a sala de aula é uma forma de percebe-lo como sujeito único e subjetivo.

Podemos compreender que a educação libertadora tem entre seus objetivos questionar concretamente a realidade das relações do homem com o mundo e com os outros homens, buscando uma transformação por isso é importante que o homem conviva com seus pares pois quando pensa-se juntos em intervir numa realidade para transforma-la buscamos parcerias e é através destas que os resultados são compartilhados e experienciados visando o desenvolvimento de todos.

Cidadãos críticos, multiplicadores e formadores de opinião podem ser formados e encontrados no ambiente escolar por isso precisamos olhar com carinho para cada um dos nossos alunos. Desenvolver propostas de trabalho que a inclusão da tendência libertadora esteja sempre presente é um estimulo para a formação de um cidadão critico e com olhar visionário para sua realidade.








Bibliografia:

As características da tendência libertadora (Caderno de estudos).

Livro: Pedagogia do Oprimido. Paulo Freire

Inteligências Múltiplas - Howard Gardner - Editora Artes Médicas - Porto Alegre - 1995.











A criação de uma horta no espaço escolar possibilita que a criança esteja mais próxima da natureza e das questões que permeiam principalmente o respeito e cuidado com o meio ambiente. A partir do momento que nós professores disponibilizamos para a criança a oportunidade de plantar e colher o seu próprio alimento para alimentar-se estamos despertando-lhes o olhar reflexivo e critico, a preocupação com o planeta e com a qualidade de vida individual e coletiva enfim, objetivamos formar cidadãos participativos e politizados confirmando assim a fala de Paulo Freire que diz que, cidadão é o indivíduo capaz de, na relação com a realidade, atuar num sentido de transformação social.

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