quarta-feira, 15 de setembro de 2010

EDUCAÇÃO & SUSTENTABILIDADE



Discorrer sobre o tema Educação nos dias atuais, e, principalmente, no Brasil, não é tarefa das mais fáceis. Aprofundar tal tema, considerando a questão Educação para a Sustentabilidade se torna extremamente difícil, considerando vários fatores. Primeiramente devemos ter em mente que as Políticas Educacionais existentes no Brasil, até o presente momento, não surtiram os efeitos desejados.
A Educação, direito constitucional e básico de todos, fica relegada a interesses políticos, que mudam juntamente com os mandatos, não gerando, dessa forma, continuidade e transparência no que se quer, verdadeiramente alcançar. Este é o maior entrave ao sucesso .As políticas deveriam ser direcionadas a solucionar amplamente os problemas existentes, tais como evasão escolar, analfabetismo e analfabetismo funcional, dentre outros.
Os problemas ligados a Educação no país, tem, realmente, uma forte ligação com o discorrido por Paulo Freire, em sua obra “Pedagogia do Oprimido”. De acordo com Freire, a libertação ocorrerá no momento em que a Educação mudar o seu foco de ensino, onde todos, professores e alunos, trocarão experiências, vivências, de maneira que esses últimos alcancem uma consciência crítica e noção exata de seu lugar no mundo e na sociedade.

Sustentabilidade é um dos conceitos mais discutidos em diversas áreas da sociedade atual, sendo nada mais do que continuidade, o que significa que não pode deixar de pensar nos atos praticados no presente como conseqüência para as futuras gerações.
A preocupação com a defesa do meio ambiente envolvendo questões econômicas do planeta deu origem ao termo sustentabilidade. Projetos sustentáveis, estão intimamente ligados com a responsabilidade social, valorizando e recuperando todas as formas de capital – humano, natural e financeiro para gerar lucro. Um projeto sustentável deve considerar se ele é economicamente viável, socialmente justo, ecologicamente correto e culturalmente aceito.


O Conceito sustentabilidade vem se aprimorando. Em seu texto, Lima cita que as questões do meio ambiente foram se unindo as questões econômicas e sociais “Incorporando ao debate inúmeros aspectos que constituem as relações entre sociedade e seu ambiente.” Mesmo assim, apesar de fazer parte de uma linguagem comum, tal idéia ainda não é clara para todos, ela ainda está muito relacionada às questões ambientais.


Em relação ao tema Educação para a Sustentabilidade, acreditamos que este deve ser tratado em seu âmbito maior, tendo como objetivo a conscientização dos alunos para os problemas atuais, que envolvem o dia a dia de todo mundo.
É necessário que, como bem abordou Lima “as salas de aulas e seus professores, mudem o discurso e suas estratégias.”
Não basta chegar ao ambiente de ensino com um discurso pronto, passando-o aos alunos. É necessário uma análise crítica de todo o assunto abordado, fornecendo ferramentas, de forma que o aluno, ao receber a informação, possa com os instrumentos adquiridos formar sua própria linha de pensamento, e não apenas aceitar o que lhe foi passado.
Analisando por esse ângulo, Lima faz uma crítica bastante construtiva do que se observa nas salas de aula, e que vai também ao encontro da análise de Freire. É o que eles, em palavras diferentes chamam de “discurso preparado pelo Poder e que não é discutido, apenas repassado.”
Em seu livro, Freire divide a sociedade em duas classes – opressores e oprimidos. Os opressores determinam os caminhos que os oprimidos devem seguir, e os oprimidos se deixam dominar com facilidade. Esta questão Gadotti faz uma analogia com a questão ambiental de nosso planeta, que tem sido oprimido pelo homem, sujeitando a terra a todos os tipos de exploração, fazendo com que ela padeça.
Não existe mais espaço, nos dias atuais, para o monólogo dentro de um ambiente estudantil. É necessário que a Educação se desfaça de antigos conceitos e dogmas, e se adote novas práticas. As Políticas Educacionais não devem mais enxergar o aluno como um ser a “parte” de todo o processo. É justo que a esse aluno, novo em experiências e conhecimentos, mais sujeito ativo de todo o processo, seja dado a oportunidade de formular questões, criar conceitos e, a partir daí, tirar suas próprias conclusões.
Somente a partir desse momento, com conhecimento razoável das questões que o cercam, é que os alunos, futuros formadores de opinião, poderão exercitar seus aprendizados, estabelecendo novas posturas e condutas diante do mundo em que vivem. Para Gadotti “o Universo não está lá fora, ele está dentro de nós. Um pequeno jardim, uma horta, um pedaço de terra é um microcosmos de todo o mundo natura. Nele encontramos formas de vida, recursos de vida, processos de ida. Nele podemos reconceituar nosso currículo escolar...”
Na realidade, a Educação para a Sustentabilidade está diretamente ligada a Educação para a Vida, pois se ao aluno é dada a oportunidade de construir um raciocínio, entendendo razoavelmente o espaço que ocupa e a necessidade de se fazer opções, se forma, dessa forma, um cidadão consciente.

Referencias Bibliográfica e Webgraficas

Abreu, Carlos - Sustentabilidade? O que é Sustentabilidade - disponível em www.atitudessustentaveis.com.br

Freire, Paulo – PEDAGOGIA DO OPRIMIDO, 17ª Ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987

Gadotti, Moacyr - Pedagogia da Terra e Cultura da Sustentabilidade – disponível em http://www.paulofreire.org/pub/Institu/SubInstitucional1203023491It003Ps002/Ped_Terra_Cultura_Sustentabilidade_2002.pdf

Lima, Gustavo Ferreira da Costa – EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE: Possibilidade e falácias de um discurso

(Sem Referencia do Autor) O Conceito Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável – Disponível no site:
http:// www.catalisa.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=30&Itemid=59

GRUPO FOCO PEDAGOGICO:
Ana Maria da Conceição Gonçalves Lopes
Anna Christina Fontenele Martins Bruno
Eliane Maria Guimarães Beltrão
Greice Duarte de Brito

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