quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Projeto Interdisciplinar

Políticas Educacionais

Partindo do pressuposto que a vida do homem nesse planeta não se limita a sua relação com o ambiente, mas com todos os outros seres vivos entre si e, não só na esfera homem/natureza, mas numa visão ampliada, também em outras tantas relações de caráter social, educacional e econômico; nos deslocamos do nosso comodismo para compreender o completo sentido de sustentabilidade.

Mesmo com tantos congressos, fóruns e reuniões com líderes de boa parte do mundo e eventos ambientais internacionais, há sempre a nítida incompatibilidade entre economia e sustentabilidade. E diante das iniciativas já tomadas, é permanente a necessidade de algo mais e melhor e verdadeiramente eficaz.

Somente com uma educação onde não se menosprezasse o termo meio ambiente reduzindo-o unicamente à natureza, pois que dessa forma tem-se um olhar velado da questão e despreza-se as dimensões políticas, éticas, culturais e sociais, é que daremos início a qualquer mudança no que atualmente está posto. Nesse processo, não bastam mudanças comportamentais e algumas até tecnológicas diante de problemas tão complexos e que parecem recair unicamente sobre os cidadãos de forma individualizada.

O que está sempre em relevo são iniciativas de pequenos grupos, às vezes, ONGs, mas que não dão conta da grandeza do problema. Porém, não podemos esquecer que o estado representa ou deveria representar a vontade da maioria sobre a vontade individual e que possui forte influência sobre a Educação, portanto não é impossível que sejam traçados objetivos que permitirão pôr em prática estratégias para uma educação não só para a sustentabilidade, mas por esta.E num alcance muito maior.

Utopia ou não o percurso seria através de uma "Educação com autonomia e pensamento crítico. Educação enquanto prática de liberdade".

Não educar para a sustentabilidade como um "adestramento" com um único propósito, mas que a educação tivesse um perfil reflexivo,questionador, opinativo, participativo, crítico. Num aprendizado que gere mudanças dando verdadeiro significado à prática educativa.


Em "A Pedagogia do Oprimido", Paulo Freire propõe uma pedagogia libertadora, com uma educação voltada para a conscientização da opressão, fazendo com que ela se torne uma ação transformadora. Essa concicentização é extremamente importante para que haja educação de sustentabilidade. É preciso reafirmar valores. Sejam eles de ética, moral, integridade e justiça. É preciso entender a relação do homem com o meio, seu contexto atual, sendo local e também global, pois eles são conectados e crescem ao olharmos para ele num contexto mundial. Paulo Freire acreditava que a relação entre os homens definia o mundo. Portanto, a educação é o principal instrumento de libertação do homem. Libertação do senso comum, uma nova visão do mundo, sendo extremamente necessária na educação de hoje em dia para resgatar o homem dentro do processo educacional. É através da educação que se valoriza e se preserva a visão do mundo, e com isso, que se desenvolvam ideias sustentáveis e de cidadania.

Já existe uma consciência ecológica, embora ocorrendo de maneira ainda precária, mas o que prevalece é a presunção errônea de que nossos recursos naturais são inesgotáveis, dando margem à política do usufruto desmedido e imediato, sem preocupações quanto ao empobrecimento ou exaustão. A consciência ecológica, existente em nosso país de forma difusa, deve ser fruto da prática social e das condições existenciais de cada grupo. Qualquer mobilização nesse sentido precisa ser feita com intenção planejada, levando a população a um posicionamento em relação a fenômenos ou circunstâncias do ambiente. Por outro lado, a realidade ambiental, sendo dinâmica, mutável e socialmente exercitável, requer para si um tipo especial de educação, que necessita de vários instrumentos para produzi-la e o Estado é o principal deles. Voltando a Paulo Freire, a escola deve ter uma função claramente conscientizadora, um posicionamento mais nitidamente político. Nela, o essencial é partir das aspirações do povo e do que o educador junto com o povo encontram como suas necessidades. A escola tem, originariamente, um sentido político. Mas a mera discussão das questões originadas do povo pode gerar a consciência mas não a transformação necessária. É preciso, então, que a escola seja agência de apoio à definição e à busca da identidade do povo (e de cada comunidade) e que seja, ainda, instituição apta a auxiliar o povo a apropriar-se de instrumentos capazes de lhe permitir a participação na sociedade. É na sociedade que se prepara o adulto e o cidadão com um trabalho sistemático e sedimentado ao longo de mais ou menos anos de escolaridade, adulto esse consciente de suas próprias condições existenciais e do grupo social a que pertence. A necessidade de uma mobilização em prol da valorização dos recursos naturais e da integração do indivíduo e das comunidades ao meio ambiente tem caráter inadiável. É preciso acreditar que nós possamos "mudar o mundo"!

Grupo SOL:

Júlia Gama

Maria Fernanda Fagundes

Renata Luna

Roberta Pellicano

Sandra Araújo

Váleria Lavall


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